O Juiz Jeronimo Villas Boas, já anulou duas uniões estáveis depois que o STF reconheceu que os homossexuais devem ter os mesmos direitos dos heterossexuais, o que me chamou atenção é que ele agiu sem ser acionado o que é uma quebra de ética ( segundo a desembargadora que anulou a decisão do Juiz ), o que me chamou atenção também foi a segunda anulação dele, que foi de anular uma união de 22 anos! Também me chamou atenção ele só começar a desfazer as entidades familiares depois da decisão do STF e do estardalhaço da bancada fundamentalista e evangélica e pra desencadear os “gatilhos” dos meus dedos psicanalíticos o fato dele falar que ““Deus me incomodou, como que me impingiu a decidir” ora, por manifestação dos altos, em comunicação verbal, visual ou sensitiva, Deus se comunicou com este senhor para anular uma união gay depois da decisão do STF de estender os direitos aos homossexuais, depois da PLC122 engrenar no congresso, depois do Show de (des) talentos do Bolsonaro e Família, dos Pitis da bancada evangélica a qual ele é muitíssimo amigo ( veja ele na foto ao lado do Deputado da bancada ), sugestivo não? Então vamos averiguar!

Para o pai da psicanálise, Sigmund Freud (1856 – 1939), a religião era considerada como um remédio resultante da ilusão contra o desamparo, pois, para ele, os demônios eram desejos maus e repreensíveis derivados de impulsos que foram reprimidos. Partindo, desde princípio, ele criou o mito que explicou a gênese da religião através do ato inaugural da morte do pai primitivo pelos filhos, deflagrando a religião e ao mesmo tempo a primeira lei social, a exogamia (casamento entre indivíduos pertencentes a grupos distintos sejam estes definidos com base em parentesco, residência, entre outros). A partir, desse momento inaugural inicia-se uma cadeia de novos atos que trarão conseqüências para o social, onde após a análise das reflexões freudianas sobre o assassinato paterno e a competitividade dos irmãos, como elementos constituintes da cultura, vê-se o complexo de Édipo coletivo que proíbe o que é mais desejado: a morte do pai e o incesto que dão sustentabilidade ao Édipo individual como realidade histórica, pois, a lei do pai só se tornou lei Edípica quando da morte do mesmo, o tornando místico, e por ser místico, provoca referência e temor, instalando a função paterna que castra e impõe a lei. Freud vinculou as representações de Deus à figura paterna e os sentimentos religiosos a experiência e ao vínculo com esse pai, afirmando que o processo de desenvolvimento condiciona a crença religiosa. Sua teoria baseia-se no fato de que a criança forma desde cedo à representação de Deus aos seus primeiros protetores, mais nomeadamente ao pai, elevando-o a posição de Ser divino. E, devido a esse desamparo da criança associado ao reconhecimento deste pelo adulto conduz a elas a uma reação defensiva, à busca de proteção, formando a religião, pois a criança desamparada vincula o pai aos Deuses, pois Freud acredita que toda e qualquer concepção religiosa era oriunda do “complexo paterno”, onde a impressão terrível de abandono na infância despertou a necessidade de proteção, a qual foi adequada pelo pai e esse reconhecimento perdura por toda a vida. Dessa forma, a religião e a civilização nascem do mesmo momento inaugural: a morte paterna, a repressão a este desejo, desejo insatisfeito e da vontade de transgredir as normas. Sendo, estes os fatores determinantes psíquicos da religião.  na teoria do médico e psicólogo Pierre Janet (1859- 1947) que fala sobre automatismo psicológico. Em sua obra L´Automatisme Psychologic, ele define a mente a partir do funcionamento integrado de diversos módulos mentais independentes (memória, percepção, afeto, sensação). Quando um desses módulos começa a funcionar de maneira independente, teríamos o que o pesquisador chama de desagregação psicológica ou dissociação.

PIERRE JANET DEFINE A MENTE A PARTIR DO FUNCIONAMENTO INTEGRADO DE DIVERSOS MÓDULOS MENTAIS INDEPENDENTES

Janet chamou esse funcionamento independente da consciência de automatismo mental. Ele propunha a existência de uma “segunda consciência”. Quando a personalidade se desagrega, uma parcela dela pode se desgarrar do conjunto e dar origem a diversos automatismos motores e sensoriais. Daí os fenômenos como a escrita automática, personalidades múltiplas, anestesias, catalepsias, sonambulismo e alucinações. Ele não acreditava que as experiências mediúnicas pudessem, de fato, ser originadas pelo contato com espíritos. “Em muitos casos há o simples desdobramento da personalidade – a identidade segunda – dizem-se espírito – exprimindo pensamentos latentes do médium: é o treino da mitomania”, escreveu Janet.

Outro a se dedicar ao tema foi William James (1842-1910), um dos psicólogos mais importantes de todos os tempos. Seus estudos sobre a religião resultaram no famoso livro As variedades da experiência religiosa e a então chamada psychical research (pesquisa psíquica). Defensor do “empirismo radical”, James acreditava que os fenômenos mais absurdos eram passíveis de análise. A investigação da mediunidade recebeu especial destaque e, por mais de duas décadas, ele realizou pesquisas com uma das mais renomadas médiuns do século XIX: Leonore Piper.

O pesquisador considerava a possessão mediúnica uma forma natural de personalidade alternativa, sem necessariamente ter um caráter patológico. Dentre as possíveis explicações para os fenômenos mediúnicos estariam a fraude, a dissociação com uma tendência a personificar outra personalidade e a influência de um espírito. Ele considerava que a telepatia e a real comunicação de um espírito poderiam explicar essas experiências religiosas.

Apoiado em estudos sobre telepatia, hipnotismo e alucinações, o pesquisador inglês Frederic W. H. Myers considerou os fenômenos mediúnicos como manifestação do subconsciente. Desenvolveu a teoria do self subliminal. Existiria “uma consciência mais abrangente, mais profunda, cujo potencial permanece em sua maior parte latente”. Utilizou a palavra “subliminal” para designar “tudo o que ocorre sob o limiar ordinário, fora da consciência habitual”.

Haveria apenas um “self “, com uma pequena porção consciente (supraliminal) e grande parte inconsciente (subliminal). Os conteúdos subliminais que atingem a consciência frequentemente são diferentes de qualquer elemento de nossa vida supraliminal, inclusive faculdades das quais não há conhecimento prévio. Essas habilidades, como as inspirações dos gênios, telepatia, clarividência e mesmo a comunicação com os mortos – envolveriam uma grande ampliação das faculdades mentais. Sua principal obra, Human personality and its survival of bodily death, foi deixada incompleta e só foi publicada depois de sua morte.

O psiquiatra Mário Rodrigues Louzã, do Departamento de Psiquiatria da USP, investigou a questão. [...]

O psiquiatra lembra que existe uma correlação entre dependência da recompensa e comportamento dissociativo relacionado à atividade religiosa. “São pessoas que gostam de chamar a atenção para si e costumam fazer coisas para causar boa impressão. É um temperamento que lembra a atitude das crianças. Elas fazem de tudo para ganhar a atenção das pessoas ao seu redor”, compara Louzã, que acredita que a prática religiosa traga benefícios a quem sofre de doença mental. “Em muitos casos, os líderes ajudam, porque ensinam as pessoas a trabalhar seus comportamentos desajustados.”

Expliquei? 

Fontes:

www.famedrado.kit.net/canal%2005/01.htm. Acesso em: 15/05/2009 às 21h; MEDEIROS, Roberta. Entre o bem e o mal. Revista Psique Ciência e Vida, ano IV, nº 40, p. 26 – 34.